Seja a nível profissional ou pessoal, evoluir é fundamental para ter sucesso. Queres agir melhor, fazer melhor, ser melhor. Para isso, precisas de uma estratégia e ferramentas para a implementar.
Fazer formações nas áreas em que queres melhorar; inspirares-te noutras pessoas que, aos teus olhos, são mais semelhantes ao que aspiras tornar-te, e emular os seus comportamentos; autoavaliares-te; e pedir feedback construtivo são das melhores ferramentas que podes usar para uma evolução consistente.
Porém, nem todo o feedback é bom, útil ou valioso para se ter em conta, ou seja, nem sempre é fácil obter um bom feedback. Embora te possa parecer estranho, melhorar o feedback que recebes está totalmente ao teu alcance e depende mesmo de ti.
Neste artigo, vamos dar-te 5 dicas para conseguires um feedback realmente útil:
Pedir feedback pode ser assustador. Todos tememos ser criticados, e pedir que nos critiquem, mesmo que construtivamente, requer coragem e um real compromisso com o nosso crescimento. Todavia, se o teu objetivo é evoluir, não te sabotes a ti mesmo e não uses o feedback como forma de confirmares o que já sabes.
As “palmadinhas nas costas” vão elevar o teu ego temporariamente, mas não vão fazer nada por ti a longo prazo. Ou seja, não peças feedback apenas a pessoas que sabes que pensam de forma similar a ti, arrisca e pede feedback ao mais variado tipo de pessoas: colegas, amigos, clientes, chefes, funcionários, etc. Diferentes realidades e perspetivas vão permitir-te obter uma visão muito mais abrangente.
No mesmo sentido, se fizeres perguntas abertas, mas demasiado vagas como: “O que achas disto?”, o mais provável é obteres respostas como: “Está bem”, “Está giro” ou até um “Adoro!” ou um eventual “Não gosto muito…”.
Respostas genéricas que não te ajudam em nada a descobrir o que podes fazer melhor. Por outro lado, se as tuas perguntas forem específicas, tens muito mais hipóteses de conseguir respostas igualmente específicas e, por isso mesmo, úteis. Assim, experimenta perguntar: “Quais são os 3 aspetos que posso melhorar aqui?”, “Se tivesse de escolher um aspeto da minha comunicação para melhorar, qual achas que devia ser?”.
Começa por refletir sobre a área em que queres evoluir e define as subáreas em que esta se divide, para depois fazeres perguntas especificamente sobre elas.
Por exemplo, se quiseres melhorar a tua comunicação, podes considerar que a fluência com que falas, a quantidade de “bengalas” de linguagem que usas (ah…, hum…, tipo), a colocação da voz e a forma como encadeias os assuntos são pontos importantes.
Sendo assim, podes autoavaliar-te em relação a esses aspetos e pedir a avaliação de outras pessoas, com perguntas concretas como: “Na reunião de há pouco, expressei-me de forma clara?” “Podes resumir a ideia com que ficaste sobre o que te contei?”, “Achas que divago demasiado?”, “A minha voz é audível nas apresentações?”.
Para teres um feedback o mais preciso possível, é importante que o peças no momento certo, ou seja, o mais cedo possível. Quanto mais perto da situação em causa pedires feedback, mais as pessoas vão ter em mente sobre a tua prestação. Se queres feedback sobre como te saíste numa reunião ou apresentação, pede-o logo de seguida. É muito mais difícil a pessoa se recordar do que fizeste ou disseste na semana passada.
Por outro lado, o teu estado de espírito no momento em que pedes feedback também é relevante. Se pedires feedback quando estás esgotado, irritado, frustrado ou triste, o mais provável é que não vás interpretar ou aceitar as opiniões que receberes da melhor maneira, o que vai invalidar todo o processo.
Não tens necessariamente de concordar com tudo o que ouves, mas, uma vez que foste tu que pediste a opinião, deves a ti mesmo e à outra pessoa, o respeito de a ouvir até ao fim, sem fazer julgamentos prévios. Deves igualmente ter em conta a opinião que ouviste, em vez de imediatamente a colocares de parte sem sequer a analisares.
Mesmo as opiniões que te possam parecer despropositadas podem ter algo para aprenderes, se te permitires.
Concluímos, então, que todas as opiniões são válidas e fazem sentido para quem as dá. Farão sentido para ti? Cabe-te a ti analisá-las e avaliá-las. O facto de teres pedido feedback não te obriga a implementar o que te disseram.
Se, após uma análise cuidada, considerares que a opinião não faz sentido para ti, assume isso e continua a autoavaliar-te e a procurar outros feedbacks. Porém, não caias no erro de pedir feedback sem nunca implementares mudanças no teu comportamento. Se o fazes frequentemente e chegas sempre à conclusão de que és tu que estás certo, reflete mais profundamente nas opiniões que recebes ou nas pessoas a quem perguntas. Sem mudares o teu comportamento, não vais evoluir, por isso, verifica se não estarás apenas a deixar os teus receios de mudar levarem a melhor.
Experimenta implementar algum do feedback, mesmo que temporariamente, e verifica se há mudanças positivas. Podes sempre voltar atrás se concluíres que não te estão a fazer evoluir no sentido que procuras.
Uma dica extra é tornares o acto de pedir feedback o mais fácil possível. A forma mais simples de criares o hábito de pedir feedback é frequentares um ambiente propício à troca de ideias e feedback.
Quando trabalhas em casa sozinho, pedir feedback pode parecer difícil, uma vez que não tens ninguém contigo a quem possas pedir uma opinião em 2 minutos. Assim, saíres de casa, rodeares-te de pessoas com o mesmo propósito que tu, crescer e evoluir pessoal e profissionalmente, partilhares as tuas ideias, dares feedback quando te pedem, vai ajudar-te a entrar no estado de espírito certo. Além disso, podes encontrar novas oportunidades de trabalho ou projetos para colaborar, o que só vai ajudar-te ainda mais a evoluir. Experimenta!
Costumas pedir feedback? Partilha a tua experiência nos comentários.